Em jeito de balanço

15-09-2009 17:46

Declaração lida na última sessão da Assembleia de Freguesia deste mandato.

Estamos hoje na última sessão ordinária deste mandato autárquico 2005/2009. Um mandato marcado sem dúvida pela alternância das forças políticas. Sinal claro da necessidade de mudança sentida pela população desta freguesia.

Mudança que se fez sentir nesta Assembleia, como aliás já aqui foi assumido, no modo de funcionamento e de actuação da Assembleia de Freguesia. Quer seja no facto de ter um regimento, quer seja no facto das actas passarem a ser afixadas, quer seja pela forma como as sessões foram decorrendo, tornando-se espaços de partilha, análise e debate dos problemas da nossa freguesia. Não só por nosso mérito, mas principalmente por mérito das pessoas que nestes quatro anos fizeram parte desta Assembleia de Freguesia. Por outro lado foi acentuada a missão fiscalizadora da Assembleia de Freguesia sobre a acção da Junta de Freguesia e dos seus membros.

O nosso Grupo assumiu perante a população um compromisso assente em três valores: Competência, Honestidade e Trabalho.

Competência

Sendo “novatos” nestas andanças autárquicas decidimos apostar na nossa formação para que pudéssemos adquirir mais competências para executar as funções para as quais fomos eleitos.

A nossa competência traduziu-se pela forma exemplar como apresentamos as nossas propostas, devidamente fundamentadas e muitas das vezes já com sugestões para a sua execução. Por outro lado a competência também se traduziu pela forma ponderada e planeada das nossas acções.

Esperávamos da maioria PPD/PSD mais competência do que aquela que revelou ter. Primeiro porque alguns já exercem funções autárquicas há vários anos, e depois porque em plena campanha eleitoral gabaram-se da sua competência pelo facto de terem ocupado cargos em mandatos anteriores. Infelizmente não foi assim.

Basta ver as actas, os documentos mal elaborados, os regulamentos sem estarem em vigor, a Norma de Controlo Interno e o Inventário desactualizados, Obras mal planeadas que são feitas e refeitas (ex. Parque da Lameira e valetas da R. Cónego Jaime).

Honestidade

Honestidade é sinónimo de Seriedade, Transparência, Integridade. Toda a nossa actividade foi pública e baseada na verdade. De uma forma séria desenvolvemos a nossa actividade e dela demos conhecimento a toda a população, através do nosso boletim, e à Assembleia de Freguesia. Nada escondemos, porque trabalhamos de uma forma honesta para o desenvolvimento da nossa freguesia.

Esperávamos igual comportamento de quem governou a nossa Freguesia, mas tal não aconteceu. Assistiu-se a um acumular de mentiras e omissões e falta de respeito para com a Assembleia de Freguesia. Veja-se a trapalhada no inicio do mandato com a data da aprovação da delegação de competências, veja-se as declarações falsas contra o Pedro Nóbrega, admitidas aliás por quem as escreveu, veja-se o caso das Árvores da R. da Carvalha, primeiro quiseram a opinião da Assembleia de Freguesia e depois já não quiseram. Para não falar nos documentos de prestação de contas que nunca vieram completos, impossibilitando uma análise realista e correcta.

Trabalho

Sendo a Junta de Freguesia constituída por equipa renovada, com dois membros já experientes nas lides autárquicas e com outro membro que se estreou na flor da Juventude, pensámos que este mandato seria pautado não só pelo “fazer obra” mas também pela inovação, pelo fazer mais e diferente em favor da freguesia, pela aproximação da Junta de Freguesia à população. Mas enganámo-nos. Limitou-se, a Junta de Freguesia, à gestão corrente e às obras comuns, sem conseguir realizar algo de novo que fizesse a nossa freguesia se diferenciar das outras. Nem um caminho rural alcatroado conseguiu que a Câmara Municipal fizesse! Nem um destino para a Casa de Apoio Social foi definido! Nem um projecto inovador!

O nosso Grupo, cumprindo o seu compromisso com a população arregaçou as mangas e colocou as mãos na massa. Partindo de um levantamento das necessidades da freguesia e estando atento aos seus problemas, o nosso grupo fez várias as propostas que foram aceites pela Junta de Freguesia ou pela Câmara Municipal: Arranjo do Parque da Lameira; Não alargamento da Junta de Freguesia e aproveitamento do espaço para estacionamento; Não abate das árvores da R. da Carvalha; Arranjo do Forno de Real; Selagem das fossas da Ribeira; Demolição da casa em ruína na Ribeira; Acessibilidade à Junta de Freguesia; Iluminação da R. do Minério.

Outras propostas úteis para a freguesia não foram aceites: Renovação da Sinalização da Estrada Municipal e colocação de lombas; Melhoria da Segurança no Transporte Escolar; Requalificação da Fonte de Real; Modernização Administrativa da Junta; Alcatroamento do Caminho Rural Ribeira/Abegões; Edição do livro sobre a história e o património da nossa freguesia; Renovação de todos os regulamentos e norma de controlo interno.

Lembramos também a vinda do deputado à Assembleia da RepúblicaFrancisco Madeira Lopes com o objectivo de verificar as condições das fossas desta freguesia e pressionar o Ministério do Ambiente para dar a tão falada autorização que a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal diziam que era preciso. Qual o nosso espanto quandoficámos a saber que a autorização já estava dada e só faltava a Câmara Municipal remeter os documentos solicitados 20 meses antes. E assim arrancou de uma vez por todas esta obra tão necessária na freguesia.

O nosso Grupo manteve uma intensa actividade que foi dada a conhecer à população ao longo dos 19 boletins que foram editados e distribuídos porta a porta, até ao final do mandato estão previsto mais dois números. Actividade essa reconhecida por inúmeras pessoas da freguesia e de fora dela, algumas de outras forças partidárias, que nos felicitaram pelo trabalho desenvolvido. Reconhecida também por umjornal de expansão nacional, que colocou como destaque de primeira página uma reportagem sobre o nosso trabalho.

Por fim, lamentamos a forma como a maioria social-democrata se relacionou com a oposição. Preferiu ter uma atitude de não colaboração, o que só prejudicou o desenvolvimento da nossa terra e não permitiu aproveitar o trabalho de todos.

No final deste mandato, que está prestes a terminar, estamos de consciência tranquila e com o sentimento de dever cumprido.

Desejamos que esta recta final de mandato, que será simultaneamente período de pré-campanha eleitoral, seja marcado pela Honestidade e pela Verdade, pelo Rigor e pelo Trabalho e não pelo ataque pessoal, devassa da vida privada e pela mentira.

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